26 de janeiro de 2009

Percepção musical

A percepção musical é um papo curioso, e ela talvez seja a razão que nós (músicos) fazemos música, alguns pelas razões certas (passar uma mensagem, compartilhar sentimentos) e outros pelas razões erradas (ego geralmente...). Essa percepção influencia no modo de quem faz música ouve o que está sendo feito pela banda, e naturalmente reflete na maneira como você vai tocar a próxima parte, resultando na dinâmica da banda. Recentemente eu descobri que a minha percepção musical é distorcida.

Algumas pessoas tem as notas musicais precisamente definidas em sua cabeça. Ao afinar um violão "de ouvido", muitos acertam precisamente a nota E (mi, tônica da afinação padrão, a Standard) de cabeça, enquanto eu ao afinar de ouvido, sempre acerto a nota em Eb (Mi Bemol). Um pequena e antiga distorção na minha percepção musical. Eu também tenho uma discrepância ao afinar a corda B (Si), pois sempre acho q ela é um pouco mais aguda do que realmente é para estar afinada, porém eu já sei que é só esticar um pouco menos do que meu ouvido considera ideal, e bate perfeitamente! O que eu não sabia é que a minha percepção quanto ao volume também é torta.

Na Marafa eu não uso pedais de guitarra e nao mexo na equalização do amplificador durante o show, então além do volume master do amplificador (que me dá um leve crunsh), eu só tenho como recursos os potenciometros de volume e tone na guitarra, e o slide. Costumo tocar as bases com o volume da guitarra no 4 e nos solos com o volume máximo. Nos solos o público e a banda me ouvem perfeitamente, mas nas bases eu descobri que a minha percepão do meu volume TAMBÉM é errada, pois ao contrário da maioria dos guitarristas o que eu considero ideal para o meu volume é menos do que a banda (e o público também) precisam para me ouvir bem.

Portanto marafentos preparem-se, porque daqui para frente eu vou subir o volume!

Postado por Társio, ao som de Bruce Springsteen - The Wrestler

Fotos do show







Agradecemos aos amigos que compareceram ao show nesta sexta-feira chuvosa.

Obrigado ao Roberto Terremoto pelas fotos e pela matéria no blog.

Postado por Társio, ao som de Polícia, dos Titãs (6).

24 de janeiro de 2009

Marafa Blues no Blog do Terremoto

Para quem quiser conferir a impressão do Terremoto sobre a Marafa Blues é só acessar o link http://terremotoblues.blogspot.com/2009/01/um-grande-show-da-marafa-blues.html

Postado por Hohmer

21 de janeiro de 2009

Marafa Blues ao vivo no Soulive nesta sexta 23/01!

É aniversário do Claudio Crotti, guitarrista da banda. Esperamos vocês lá! Muitas surpresas e novidades no repertório.

Postado por Társio.

20 de janeiro de 2009

20/01/2009 - 4 anos de Marafa

Parabéns a todos os Marafentos que estão ou que passaram pela banda !

Hoje a Marafa completa 4 anos de vida !!

Feliz Aniversário !

19 de janeiro de 2009

Marafa Blues in the park!

1) Após uma semana inteira de sol, no dia do show é lógico que o tempo tinha que estar chuvoso.

2) Mas a Marafa Blues é uma banda brasileira e não desiste nunca, então bora ir p/ o parque e montar o show.

3) O palco vai tomando forma...

4) E o show começa...

5) E a galera começa a chegar e o show rola bem...

6) Só que São Pedro é pagodeiro e faz a chuva cair...

7) E toca a Marafa Blues parar o show para salvar os equipamentos...

8) E já que a galera não foi embora, alguém teve a idéia de virar 180º o palco, para podermos continuar o show...

9) O pessoal bem que gostou, principalmente nossos 3 maiores ilustres (e desconhecidos) fãs... rsrsrsrs...

10) Assim o show da Marafa Blues no Anfiteatro do Parque Villa Lobos correu normalmente, no sábado nublado e chuvoso do dia 17 de janeiro de 2009. Muito obrigado aos amigos, parentes e transeuntes que passaram por lá para ver a banda. Até a próxima! Nesta sexta-feira 23 tem mais no Soulive Music Bar.

Postado por Társio.
Ao som de Derek Trucks Band, Get What You Deserve, do novíssimo (e ótimo) album Already Free.

Show no Parque !

Apesar do mal tempo a banda Marafa se apresentou no parque Villa Lobos no Sábado passado, dia 17 de Janeiro. E apesar dos pesares, carregar muito peso, chove, não chove, vento e calor, o show foi muito bacana. Muitas pessoas começaram a surgir até que a chuva caíu e acabou com o show temporariamente. Uma boa parte das pessoas se acomodou do outro lado coberto do anfiteatro ! Viramos a bateria, as caixas e amplificadores e demos continuidade. Afinal de contas o show deve continuar.
O mais legal de tudo foi o clima limpo, sem fumaça de cigarros, com nossos pais, filhos, esposas e amigos na plateia. Tudo isso misturando-se com Biciletas, cahorros, pipas. A criançada curtindo o som e invadindo o palco. Foi muito legal poder transmitir o Blues para a criançada. Foi muito divertido tocar no parque Villa Lobos, uma experiência muito gratificante.

Em breve postaremos as fotos e alguns videos do show ! Muito obrigado a todos que compareceram. Sexta-Feira tem mais no Soulive !!!

12 de janeiro de 2009

Novidades !

Além da ótima entrevista com o grande Társio, veja o post abaixo, seguem algumas novidades da nossa banda.

Hoje o som da Marafa faz parte da programação do Solid Blues Brasil, que acontece através da internet, e com apresentação e producao musical de Rosane Correa.

Rola hoje, segunda 12 de janeiro de 2009, das 21 as 23 horas (com reprise na Terça - 13/01 - Às 19:00 horas.)para ouvir a solid rock radio, clique aqui:

http://www.solidrockradio.com.br/

Abaixo seguem os próximos shows da Marafa:


Sábado dia 17 de Janeiro de 2009 - Show na Parque Villa Lobos às 11:00 hs.

Sexta dia 23 de Janeiro de 2009 - Show no Soulive a partir das 22:00 hs

Entrevista!

Folks,
Essa semana saiu uma entrevista minha sobre blues, guitarra e a Marafa no ótimo blog do Terremoto. Quem tiver curiosidade dê uma passada em:

http://terremotoblues.blogspot.com/2009/01/mestre-das-seis-cordas-com-trsio-sagges.html

Valeu!

Postado por Társio, ao som de Ford Blues Band - Good Morning Little School Girl.

9 de janeiro de 2009

Cadillac Records Movie


Esse é o título original do mais novo filme sobre o blues, e mais especificamente sobre o que girava em torno da Chess Records entre 1952 a 1967. Para quem não sabe, a Chess Records foi a principal gravadora de Chicago nos anos 50 e uma das pioneiras do Rock and Roll, e se diferenciava porque tinha a capacidade de gravar um grande som de baixo e harmônica, e tinha em seu mainstream alguns dos maiores da história do blues, como Muddy Waters, Howlin Wolf, Little Walter, Willie Dixon, Etta James e claro Chuck Berry, entre outros. É nesses artistas que o filme se foca, principalmente no Muddy Waters por razões óbvias e em torno do Leonard Chess.
O filme não tem muito mistério, pois conta a história de um judeu pobre (Leonard Chess, interpretado por Adrien Brody) que tem uma grande visão em relação a música negra, e dá espaço e reconhecimento (pessoal e financeiro) a todos os seus artistas. Paralelamente, conta a história de um joven negro (Muddy Waters, por Jeffrey Wright) que toca guitarra e canta, que abandona os campos de algodão no Mississipi e se muda para Chicago e vai atrás de seu sonho. E no decorrer do periodo 1952-1967 conta o surgimento, o auge, a queda do Chicago Blues, e o resurgimento no final dos anos 60 com as bandas britânicas como The Animals, Rolling Stones e Eric Clapton.

O filme personifica os artistas muito bem, pois tanto o Leonard Chess quanto o Muddy Waters eram pessoas muito queridas no circuito de blues por serem pessoas decentes e talentosas. O filme personifica bem também Howlin Wolf com uma mistica muito interessante falando sobre a lenda é que um espirito saiu de um túmulo e tocou sua guitarra, e por isso ele uivava para a lua todas as noites e além disso, o ator Eamonn Walker que interpreta o Wolf tem a MESMA voz e entonação. Personifica também Little Walter como um sujeito instável, Willie Dixon (interpretado pelo ótimo Cedric the Entertainer, e que injustamente tem um papel menor do que seu personagem merecia), e Etta James como uma grande cantora porém auto-destrutiva, e é muito bem interpretada pela Beyoncé (uma verdadeira surpresa), que dá um verdadeiro show nos vocais (impressionante a diferença que dá colocar a voz certa, cantando a música certa no lugar daqueles lixos do R&B atual). E claro Chuck Berry como um egocêntrico talentoso e mercenário.

Se por lado o filme ambienta muito bem os anos 50 no "clima" da época, seus personagens, a questão do racismo, e se mantém nos trilhos como uma história baseada em fatos reais (e muita coisa é real mesmo, como a "rincha" entre Howlin Wolf e Muddy Waters), por outro lado se perde em algumas coisas. A promoção como um filme sobre sexo, violência, racismo e rock and roll é no mínimo exagerada, pois sexo e violência não são elementos excenciais a trama (à excessão de de Muddy Waters que realmente era o Hoochie Koochie Man), e visam apenas atrair o público, portanto ficou artificial. Os Cadillac's mereceriam tanto destaque se o filme fosse sobre Elvis Presley, e não foi o caso. Algo que também me incomodou foi que o filme foi abrangente demais, pegando um período muito grande de tempo com muitos personagens importantes, e seus atores não tiveram espaço na tela para os seus personagens crescerem, e logo algumas coisas passaram batidas e o filme se tornou corrido, desesperado. Talvez fosse mais interessante se o filme focasse apenas no Leonard Chess e Muddy Waters, num período menor. Apesar disso, o filme tem um ótimo encerramento se aprofundando no período final da Chess Records, no envolvimento entre a Etta James e o Leonard Chess e sua morte. A sequência da que possivelmente seria a última gravação no estúdio, "I'd Rather Go Blind" por Etta James chega a ser emocionante pois a interpretação da Beyonce é muito forte (ela merece no mínimo um Grammy por melhor interpretação vocal feminina).

Aliás, esse é o grande forte do filme: a trilha sonora! Sao 2 CD's que valem muito a pena ser adquiridos, pois os arranjos são bem fiéis, e a sonoridade de baixo e gaita mantém a tradição da Chess, só que nestas versões existem guitarras muito boas (embora nas gravações originais da Chess Era do Muddy, Wolf e Little Walter tivessem ótimas guitarras, os timbres eram apagados - os da Sun Records eram infinitamente melhores). Pois bem, nessa trilha sonora existem canções do Little Walter como Last Night, Juke e My babe, de Chuck Berry como No Particular Place to Go, Maybellene e Nadine (uma das melhores dessa soundtrack), Muddy Waters com Fourty Days and fourty nights, I can't be satisfied Hoochie Koochie Man e outras. Mas os destaques ficam para as músicas da Etta James, na voz da Beyonce: At Last, I'd Rather Go Blind e All I Could Do Was Cry já valem o disco. Uma curiosidade é que muitas das músicas são cantadas pelos próprios atores.

Eu fico pensando porque o povo negro americano deixou de lado a Black Music Tradicional (entenda-se pelo Blues, Soul e Funk) em troca do R&B de hoje. Eles faziam (e nessa trilha mostra que quando querem, ainda fazem) melhor do que qualquer branco de alma negra.

Postado ao som de Eamon Walker - Smokestack Lightin. Assustador de tão parecido com Howlin Wolf.

PS - Algumas piadinhas anti-gaitistas sobre o filme que fizeram sucesso entre meus colegas guitarristas:

"É um filme perfeito. O guitarrista é fodão e comedor, tem uma gostosa que canta pra cacete e o gaitista acaba morto!"

Outra:
"Só mesmo um gaitista para cantar a mulher de Muddy Waters!"

Postado por Társio.